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Bruna Tavares e a construção de uma marca com identidade brasileira

Uma trajetória estratégica de marca que une criatividade, inovação e muita autenticidade

Bruna Tavares e a construção de uma marca com identidade brasileira
Bruna Tavares e a construção de uma marca com identidade brasileira - Foto: Reprodução/Instagram

Bruna Tavares começou sua jornada na internet como jornalista e apaixonada por maquiagem, compartilhando resenhas sinceras e dicas acessíveis quando o termo “influencer” ainda nem fazia parte do vocabulário. O que poucos imaginavam é que aquela jovem cheia de carisma e conhecimento técnico daria vida a uma das marcas de beleza mais queridas do Brasil.

Hoje, a linha Bruna Tavares é sinônimo de qualidade, inovação e, acima de tudo, representatividade — com produtos pensados para a diversidade real da pele brasileira, nomes afetivos e embalagens que contam histórias. Mergulhamos na trajetória inspiradora de Bruna e na construção cuidadosa de uma marca que conquistou corações (e nécessaire) por todo o país.

Qual foi o ponto de virada que te fez enxergar o potencial da linha Bruna Tavares como um negócio consolidado?

Em 2011, eu comecei a licenciar a minha marca, que era o blog ainda, Pausa para Feminices. E eu fiquei cinco anos licenciando, de 2011 a 2016, que foi quando eu lancei a marca. Eu acho que a primeira vez que enxerguei que aquilo poderia virar um negócio — e aí pensei: “vou fazer a marca Bruna Tavares” — foi quando eu lancei um batom chamado Hermione, que até hoje faz muito sucesso dentro da minha marca.

Eu migrei para a minha marca e as pessoas ficaram alvoroçadas! Começaram a ir nas lojas dizendo: “Ah, eu quero provar esse batom Hermione”. Me encontravam na rua e falavam sobre esse batom.

Eu até patenteie o nome Hermione, ele é patenteado por mim aqui no Brasil. E aí eu falei: “Cara, eu tenho um negócio que vai muito além do digital.”

Mudança estratégica

Foi então que eu fui atrás de investidores para fazer a marca Bruna Tavares ser uma marca não só B2C — que é a venda direta para o consumidor, principalmente via online — mas também uma marca B2B, business to business, para estar no varejo, nas lojas, e não ser apenas uma marca nativa digital.

Quando lancei a marca Bruna Tavares, em 2016, acho que a grande virada, o momento em que olhei e pensei: “Nossa, agora eu sou uma marca e chancelou isso para um outro patamar”, foi em 2018. Depois de dois anos só com a marca, a gente entrou no grupo Sephora. Fui a primeira marca de blogueira, né, a conseguir isso.
Hoje fala-se muito sobre creator economy, hoje as pessoas já entendem o valor disso. Mas, em 2018, não se falava sobre isso, né? Então, foi muito desafiador.

Nova fase

Eu entrei junto com outras marcas na época, como Revlon e Australian Gold. Foi um novo passo da Sephora ao colocar marcas com outro ticket médio — o que a gente chama de seler prestígio — que fica entre o popular e o luxo, para atrair um novo público. E eu entrei nessa leva em 2018.

Foi uma mega chancela pra minha marca. Porque, se ainda existia alguma dúvida sobre a qualidade dos meus produtos, a entrada na Sephora validou tudo. Eles testam absolutamente tudo. Foram sete reuniões. Foi um processo bem complexo pra conseguir entrar de fato no grupo. Tive que desbloquear várias etapas, passar por muitos testes — tanto da marca quanto dos produtos — para que eles dissessem: “Sim, essa marca é boa, está pronta para dividir espaço com as melhores do mundo.”

E realmente deu super certo. A gente bateu a meta seis vezes seguidas quando entrou. Até hoje estamos na Sephora — e agora vamos entrar com móveis, com displays ainda maiores e mais impactantes. Então, acho que esse foi um grande momento, uma virada de chave enorme para a marca.

Como surgiu a ideia do logo da linha Bruna tavares?

Começou, na verdade, com o Pausa para Feminices, porque a logo do blog era uma sereia segurando um espelho. Eu sempre achei que a imagem da sereia representa muito aquele momento — uma beleza lúdica, que vai além do óbvio.

A sereia olha no espelho, arruma o cabelo… Eu tenho essa imagem muito forte. E, quando fui criar a marca Bruna Tavares, eu quis trazer uma memória do Pausa para Feminices, do blog — afinal, foi onde tudo começou. Quis resgatar essas raízes, trazer esse público junto comigo.

Sou muito apegada à história. Tenho muito carinho pelo passado, por tudo que construí e pelas pessoas que vieram junto nessa trajetória.

Foi aí que pensei: vou usar o espelho. Pesquisei muito no mercado global — porque eu estudo bastante, não só marcas de beleza, mas marcas fortes em geral, seja na gastronomia, na moda, no mundo dos esportes… E percebi que as marcas mais fortes do mundo têm o que a gente chama de logotipo misto. Por exemplo, a Nike tem aquele símbolo, o “swoosh”, além do nome. O McDonald’s tem o “M”, os dois arcos dourados. Então eu pensei: “Preciso de uma logo forte além do nome Bruna Tavares.” Foi aí que o BT virou o monograma. E o espelho fez todo o sentido, porque conecta com essa ideia de pausa para autoestima, de parar, se olhar, se cuidar.

A maquiagem é uma ferramenta de performance, de transformar o seu humor, colorir o seu dia. Mas também é uma ferramenta de autoestima. É esse momento de pausa pra você mesma — algo que eu já comunicava no blog.

Então eu trouxe essa moldura, esse espelho, para a BT, para Bruna Tavares. Para mim, ele simboliza essa marca como uma grande ferramenta de autoestima. É por isso que a gente cuida tanto das fórmulas. Eu penso muito na maquiagem que te dá aquele up instantâneo… mas também penso: e quando você tira? Como fica sua pele, seus lábios, seus cílios?

Penso muito nesse momento de retirar a maquiagem. E, desde o começo — até porque eu sou muito alérgica, tenho pele super sensível —, quis criar um produto que te acompanha. Um ritual que vai além da maquiagem. Porque, além de ser um gesto de autoestima, é também sobre o cuidado que continua mesmo depois que o produto sai do rosto.

De onde você tira tanta criatividade para cada produto ser único?

Primeiro, eu sou muito estudiosa. Estudo muito mesmo. Estou sempre viajando para participar de feiras.

Recentemente, estive na Itália, na Cosmoprof, que é a maior feira de tendências e inovação do mundo. É um evento onde vários representantes, fornecedores e fábricas apresentam novidades — desde embalagens e matérias-primas até tecnologias e maquinários. Eles reúnem as maiores inovações do mundo todo, com pavilhões separados por país.

Então, eu estou constantemente estudando, viajando, pesquisando de fato o mercado de beleza. Mas tenho também um olhar muito amplo, bem macro, para tendências.

Acredito que tudo pode inspirar. Eu vivo isso. Respiro maquiagem. Respiro esse mercado todos os dias. E, com o tempo, a gente começa a sentir as coisas, vem quase como uma intuição.

Costumo dizer que meu processo está entre a intuição e a estratégia. Tem o estudo, tem o planejamento, mas tem também esse lado intuitivo na criação.

Além disso, tenho um time muito antenado, muito experiente. A gente já trabalha junto há bastante tempo, e temos uma sinergia enorme. Também conto com fornecedores do mundo inteiro que acreditam muito na marca. Eles trazem ideias, pensam junto comigo. É uma troca muito rica.

Alguns fornecedores, inclusive, me dizem que quando estão criando algo para a BT, conseguem ser ainda mais criativos. Porque sabem que minha marca é um espaço aberto para inovação, para fazer diferente.

Apesar de eu entregar o clássico com excelência, gosto de ousar. Como foi agora com o batom vinílico, por exemplo — uma inovação que nasceu desse desejo de sair do comum.

Como você equilibra inovação com acessibilidade?

Sem romantizar, essa é a maior treta que eu tenho — e sempre tive — dentro da marca: o custo-benefício. Ele é um pilar fundamental pra gente. Nosso objetivo é entregar performance com matéria-prima global, mas fechar essa conta em real, enquanto compramos em dólar, em euro… é realmente um grande desafio.

O que ajuda muito nessa equação é o bom relacionamento com fornecedores. Eles acreditam na marca e veem a BT como uma vitrine. Esses dias, um fornecedor italiano incrível virou pra mim e falou: ‘Bruna, eu amo o trabalho que você faz. Quando apresentamos um ativo novo — seja de maquiagem ou de embalagem — sabemos que, se você lançar, vai comunicar isso muito bem ao seu público’.

Imprensa

Acho que esse diferencial vem do meu background como jornalista. Eu consigo traduzir o jornalismo científico para uma linguagem acessível. Isso sempre fez falta no mercado. Antes, os consumidores tinham só a garota-propaganda dizendo que o produto era bom, mas não havia uma explicação sobre os ingredientes, sobre a tecnologia por trás. Na maquiagem, especialmente, quase não se falava sobre isso.

Hoje, tenho fornecedores que vêm até mim com ativos e propostas dizendo: ‘Vamos fazer isso acontecer. Sabemos que a sua marca vai lançar, comunicar bem e despertar o interesse de outras marcas também’. Então, nesse sentido, acabamos sendo uma marca vitrine — o que é ótimo para fechar bons negócios.

Mas não vou mentir: existe um esforço enorme de toda a equipe para fazer essa conta fechar. Muitas vezes, a gente precisa cortar de um lado para investir em outro. Nossa prioridade número um sempre foi a formulação. E é nela que a gente investe pesado.

Agora, com o volume alto de produção — 100 mil, 200 mil unidades — a gente consegue ter mais poder de negociação. Isso ajuda muito. Quanto maior o volume, melhor o custo, e com isso a gente consegue manter a qualidade lá em cima e o preço justo.”

Bruna, você já recebeu muitos nãos?

“Ser invisível machuca — mas me deu força para mudar tudo”

“Hoje em dia eu evito situações em que sei que vou receber um ‘não’. A experiência ensina, né? Mas continuo sendo muito ativa. A collab com a Disney, por exemplo, fui eu que corri atrás. E foi um grande ‘sim’, porque já existia uma reputação construída.
Mas no começo… o mais dolorido nem era o ‘não’, era me sentir invisível. Lembro de entrar em rodas e ser ignorada, especialmente no universo da moda, onde comecei.

Eu não tinha roupa de grife, nem a aparência que esperavam. Aquilo me afastou da moda, mas me aproximou da beleza — um mercado que sempre me acolheu mais. A beleza é mais acessível, mais plural.

“Quem é Bruna Tavares?”

Teve muito ‘não’ na carreira, como na distribuição: ‘Quem é Bruna Tavares?’. E também na vida pessoal: engravidei aos 19 anos, ainda na faculdade. Muita gente se afastou como se eu tivesse feito algo errado. Sofri preconceito de colegas e até de professores. Claro, também encontrei pessoas que me acolheram, mas foi um período duro.

Porém, tudo isso me deu força. Me deu vontade de provar que estavam errados. A maternidade me deu garra. É aquela história: o que não mata, fortalece.
Hoje entendo melhor a oscilação da autoestima. Tem dias ruins e dias bons. Mas o que mais me marcou foi deixar de ser invisível. Eu tenho memória — não guardo rancor, mas também não esqueço. Tem gente que me ignorava e hoje quer se aproximar. Eu penso: ‘Perdeu a memória, né, gata?’.

A verdade é que só quem já se sentiu invisível entende a dor disso. É uma exclusão proposital. Mas, aos poucos, fui ganhando cor, ganhando forma, como se eu fosse transparente antes. Cada degrau me dava mais visibilidade.

E eu aprendi: tratar todo mundo com respeito é o mínimo. O mundo dá voltas. A pessoa que você ignora hoje pode ser sua inspiração amanhã. E sim, sou canceriana e tenho memória. Não desejo mal, mas também não vou aprofundar laços com quem já me fez sentir menor. Respeito e elegância, pra mim, é tratar todo mundo igual — sempre.”

Bruna, eu sei que você responde pessoalmente as seguidoras nas redes sociais. O quanto a comunidade BT influencia decisões de produto?

A gente tá sempre montando esse quebra-cabeça junto com a comunidade de beleza — não só a da BT, mas a comunidade como um todo. Observo muito, pergunto: Que cor vocês querem? O que estão sentindo falta? O que acham que vem por aí? É uma troca real.

Só que o público é diverso. Quem vive no digital, especialmente no TikTok, é o heavy user de maquiagem — entende tudo, testa tudo. Mas no varejo físico o perfil muda: é um consumidor mais clássico, que busca o básico bem feito.

Então, às vezes um produto que não bomba na internet tá vendendo super bem na loja. São públicos diferentes, com necessidades diferentes. Por isso a gente equilibra os dois mundos: escuta quem tá online e também conversa com lojistas, faz pesquisa de campo. E é curioso ver como as demandas variam. É isso — entender, ajustar, e seguir criando com propósito.

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